11 de jan. de 2009

Cresce plantinha, cresce...

“Mera mudança não é crescimento. Crescimento é a síntese de mudança e continuidade, e onde não há continuidade não há crescimento.” - C.S. Lewis

Não sou nenhum grande escritor, muito menos nenhum compositor. Sou um alguém que escreve para libertar-se de alguns pesos da vida. Embora novo, já carrego fardos que me cansam, mas quem não tem fardos. Pois bem, tudo esta tão intenso que já não consigo mais deixar pra lá. Alertarão-me disso, mas eu mesmo pus à venda nos meus olhos, eu mesmo tapei meus ouvidos e eu mesmo calei minha boca, e agora pago por isso. Sabe, eu fico abismado com tamanha a minha “obediência” de ficar calado. Eu me odeio por alguns instantes por isso. Sim, eu admito e por mais que pareça o contrario, eu admito.
Esse ficar quieto me dá raiva, pois eu pago por tudo, e desde criança eu sou assim. Calado. Quieto. Guardando tudo para si. E acredite isso não faz nenhum pouco bem para ninguém, aprendi da pior maneira. Eu admito outra coisa também, sempre fui muito acomodado, e isso auxiliou mais ainda esse meu protesto, que agora terá um fim, e para melhor entendimento, façamos um flash back.
Tudo começou nos meus mau vividos 14 anos... eu era novo, imaturo e inconseqüente, e sempre dei motivos para me tratarem como criança. Pois bem, eu cresci, alem do R.G., cresci espiritualmente, mas não foi o bastante para que eles me olhassem com outros olhos. Fui paciente. Tempinho depois eu conheci alguém – muito especial por sinal – e esse alguém me mostrou o mundo, me mostro a verdade, me mostrou a realidade e por mais que isso pareça uma farsa, ou um devaneio, vocês -caros leitores- estão errados. Eu andei por caminhos escuros, onde a promiscuidade era o filme em cartaz, andei por ruas onde um maço de cigarro era de mais fácil acesso que água, caminhei com pessoas que hoje eu nem sei onde estão ou se estão por aqui, com pessoas que não tinham espectativa alguma de vida, de crescer, estudar, eu conheci um mundo obscuro, fraco, eu andei do lado das drogas, andei de mão dada com o sexo, eu ouvi os maus conselhos, eu vi os primeiros degraus do fim... E esse alguém muito especial, me mostrou o caminho certo, como já havia dito. Essa alma caridosa, por assim dizer, teve paciência, teve compaixão, teve afeição, ela quis me ajudar, e me estendeu a mão. Enquanto eles nem faziam idéia de onde eu estava, na verdade sabiam, eu “estava no shopping”. E por eles não mostrarem nenhum tipo de interesse no meu âmago ou por me aprisionarem numa carcaça de 14 anos, acredito que tais atitudes foram um tipo de resposta, um tipo de revolta, um chamado de atenção, e o pior, esse chamado poderia ter sido o meu fim. Mas alguém me parou no meio do percurso, me estendendo a mão me puxou para o caminho dele.
E foi ai, que as coisas mudaram totalmente de percurso. E foi numa linda noite de fevereiro que tudo se concretizou firmemente, e desde então eu não sou a mesma pessoa. Muitos já me disseram isso. E eu afirmo, EU NÃO SOU MAIS O MENININHO DE 14 ANOS.
Acredite, essa busca por independência, por um lugar realmente merecido, esta dificílimo. Eles não me vêem como eu sou de verdade, eles só vêem risos, brincadeiras, sonhos... mas eles não vêem o que eu passei, e o que eu me tornei. Já me disseram, não com palavras concretas, que por eu ter 17 anos, eu não tinha experiência. E isso é uma completa duma mentira. O ser, que existe, é muito mais do que anos de existência, e existir é muito mais do que estar respirando. Eu tenho conhecimentos, eu tenho razões, princípios, eu existo, e quero ser reconhecido por isso, quero ser tratado como tal. Eu quero a minha independência, e independência é muito mais do que se manter financeiramente. É ser tratado com respeito, com dignidade, de igual pra igual. Ser tratado de igual pra igual. Acredite, eu já passei da fase de bater o pé, de fazer birrinha, de ser uma criança, e hoje eu não quero mais isso pra mim. Eu estou incomodado, eu me sinto um nada, porque de nada adiantou tudo o que eu passei, pois me tratam como um 0,5 e eu sou 1 inteiro, completo. Sabe, eu sei que não sei de tudo, “tudo sei é que nada sei” como dizia o grande poeta. E as coisas são assim.
Mas perante a sociedade, daqui a 3 meses eu serei um adulto e minha aflição terá um fim, mas e para eles, o que eu serei?
Como uma grande amiga me disse, “Não tem aquele ditado, os incomodados que se mudem? Eu estou incomodada, então, to caindo fora”. E acredito que comigo será assim. Vou completar 18. Arrumar um emprego. Alugar uma kit net. E adeus.
Eu realmente não gostaria que fosse assim, mas se tiver de ser, será. E mesmo que tudo seja mais difícil ainda, eu estarei de cabeça erguida, pois eu sei do meu potencial, e sei que vou saber me virar.
Eu não sou um homem, completamente formado, porém também não sou um garoto. Agora caso algum deles leia isso, pergunte a si mesmo... o que eu sou? o que eu serei pra você, quando no meu R.G. mostrar 18anos?

“Quero andar nas ruas e sentir frio. No calor, quero estar sozinho...”

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